O equilíbrio entre viver o agora e construir uma história


Hoje em dia o lema é viver o agora, o que não é um problema, e sim a solução para a busca e o encontro de si mesmo. O problema talvez esteja em viver “somente” o agora, sem se importar e confiar no amanhã.

Muitos adotaram para suas vidas o “Carpe diem”. Apesar de ter como tradução literal “Aproveite o dia”, o significado vai além. É aproveitar o tempo presente, usufruindo intensamente, sem pensar muito no que o futuro reserva, confiando o mínimo possível no amanhã. Esse termo foi escrito pelo poeta romano Horácio, no Livro I de “Odes”, na época da decadência do Império Romano, onde surgiu o “Cada um por si, Deus por todos”.

Cada um por si, e será que não perdemos o sentido de existir em sociedade? Onde entra a solidariedade? A questão é que vivemos como se estivéssemos no fim do mundo sem estarmos no fim do mundo. Tudo bem que parece que estamos em decadência, mas na verdade estamos em evolução! Apesar de a sociedade disseminar fortemente os ensinamentos cristãos, mas praticar ainda mais intensamente os da época de Moisés: "Olho por olho, dente por dente”, hoje já nos revoltamos com o mal que, há um tempo, era comum aceitarmos passivamente. Não devemos perder a esperança na chegada de dias melhores, pois estamos em constante transformação e crescimento ético e moral.

O ideal é conseguirmos o equilíbrio entre presente, futuro e passado. “O futuro é passado em preparação”. Se resolvermos viver somente o presente, sem trabalhar em projetos em construção, qual será o nosso legado? É o futuro que nos impulsiona! Se quisermos deixar um mundo melhor para nossos filhos e netos, devemos planejar esse futuro e deixar a cada dia o melhor de nós mesmos, e não tudo de nós mesmos, como se não houvesse mais nada a acrescentar depois. 

O problema da falta de planos e de não conseguirmos viver o agora mais devagar, é que os desejos passam a ser tornar “direitos”, e temos pressa em adquirir e consumir tudo de uma só vez.  Mas devemos sempre lembrar que “o que dá valor às coisas somos nós, não são as coisas que nos dão valor”.
Ame hoje, se declare hoje, abrace hoje, viva hoje, mas sempre com respeito e dignidade. O amanhã pode não existir mais para qualquer um individualmente, mas para a maioria das pessoas continuará existindo.

Viver o agora não deve ser uma obsessão de viver o momento até o esgotamento. O presente precisa ser aproveitado, fluido, mas não como se fosse sempre nosso último instante de vida, senão perdemos o que há de mais valioso e que nos impulsiona, que é a construção da nossa própria história.

A vida é movimento e crescimento constante. Seja a melhor versão de si mesmo hoje, e construa uma versão ainda melhor amanhã.





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