Processos de tentação


Que bom seria se o processo de tentação fosse apenas escolher entre comer ou não comer uma maça. Mas, não é tão simples assim.

Viver o processo de tentação é lei natural da evolução.

Toda vez que saímos de um movimento psíquico para um novo movimento há uma inércia do movimento anterior. A imensa vontade de voltar dificulta a adaptação. E voltamos sempre, até termos força moral para continuarmos no movimento novo. Essa inércia do movimento anterior é a tentação.

Quem se propõe a uma evolução consciente está sempre em tentação, que nada mais é do que a dificuldade em subir o próximo degrau da escada evolutiva, de trocar o movimento, mudar o rumo. 

Na constante ilusão de que o mundo exterior determina o mundo íntimo, não percebemos que é o mundo íntimo que determina o exterior, e assim estacionamos, ou melhor, continuamos num ciclo vicioso.

Comandados somente pelo extinto, os animais vivem a experiência sem que a experiência os domine. No ser humano há um componente especial, denominado desejo.

O desejo é que nos impulsiona a viver, é o motor que nos move... Sem direção. E o que nos dá a direção? Aprendermos a escutar o nosso íntimo.

Estamos tão desconectados da experiência interior que para enxergar dentro enxergamos fora primeiro.

Não nos sentimos felizes e realizados se não realizarmos os nossos máximos potenciais: Aprender, amar, renunciar. 

E não adianta encontrar a “alma gêmea”. Há uma fome de amor insaciável e insubstituível por qualquer criatura. É a sede de comunhão com Deus. Não é atender uma pauta moralista, é ser você.

Carência, solidão, necessidade de aprovação, de envolvimento, de acolhimento, são sentimentos inerentes aos seres humanos. Nossa tarefa diária é combate-los em nós mesmos. E para isso precisamos aprender a nos nutrir do amor que doamos, não do que recebemos.

“Recorda-te que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas, e eliminarás os males próprios...” Emmanuel

Priscila Mattos por Haroldo Dutra 

 

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