O que queres que eu faça?



“O que queres que eu faça?”


Há uma passagem no evangelho do cego que chega para Jesus clamando por misericórdia, e ele então pergunta: “O que queres que eu faça?”

Parece sem sentido essa pergunta quando analisamos pelo pensamento de que todo cego quer realmente ser curado, e que toda pergunta busca resposta. Até que a experiência nos mostra que nem todos os cegos querem enxergar e nem todos que perguntam querem resposta.


Pedimos constantemente em preces ajuda para que se ajuste nossa vida financeira, sentimental, nossos relacionamentos, etc. E existe uma voz silenciosa dentro de nós a todo instante a nos perguntar: “O que queres que eu faça?”

E se pedíssemos em prece a verdadeira visão? Que fôssemos capaz de enxergar nossos pontos fracos e fortes? Que fôssemos capaz de enxergar aquilo que vai destruir a nossa vida e aquilo que vai construir. Que fôssemos capaz de enxergar o papel de cada pessoa na nossa vida... O que mudaria? A compreensão muda tudo! Quando olhamos a vida com compreensão muda tudo sem que nada se altere. Continua e mesma coisa, mas a vida muda, porque nossa visão da vida muda. Eis a maior transformação que pode existir na alma. Fazer com que a alma enxergue. Assim passamos então a amar mesmo as situações difíceis.

Quem ama enxerga mais longe, porque é capaz de ver sementes, e até mesmo os frutos dentro das sementes. E quem ama, principalmente, espera. Há sempre o momento exato de agir. O tempo constrói, edifica, e não respeita as obras que foram feitas sem o seu concurso. Onde há semente há vida. Basta conseguirmos enxergar e começar, ou continuar, a regar para que ela possa germinar.


Priscila Mattos por Haroldo Dutra Dias

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