Sociopata ou Borderline?


Dentre os vários transtornos de personalidade, é muito comum confundirmos o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) com o Transtorno de Personalidade Dissocial (Sociopatia). Mas, apesar de terem várias apresentações superficiais em comum, pode-se dizer que são o oposto quando o assunto é sentimento. Enquanto os Sociopatas são desprovidos de sentimentos, os Bordelines são tão intensos que transbordam.

Instabilidade emocional; mudanças bruscas de humor de acordo com acontecimentos diários, e não bem marcada dentro de um ciclo como no transtorno bipolar; e intolerância às frustrações talvez sejam os pontos principais do TBH.

“Borderline como o nome já diz é o que está à margem, a personalidade sem limites daquilo que transborda.” Por isso a dificuldade em se relacionar com pessoas mais intimamente. Nas amizades eventuais eles podem ser excelentes companhias, divertidos, solícitos, sensíveis e amáveis, mas quando o relacionamento se estreita começam as dificuldades. Tendem a ter comportamento possessivo, controlador, carente e muito inseguro, devido à baixa autoestima. Para eles, o outro passa a ser uma parte necessária para a sobrevivência. O vazio existencial é tão intenso, que tornam dependentes e sufocantes.  Por isso, frequentemente, os relacionamentos são rompidos, pois se sentem rejeitados, mesmo sem um motivo real.

O ponto desencadeador do Border está na relação com o amor, pois é aí que as emoções se intensificam. Porém, as emoções ficam presas nos aspectos negativos, como o medo e o trauma do abandono, o que causa irritação, oscilações de humor, e mágoas que transformam a pessoa idealizada em detestável um pouco tempo. Dizem que quanto mais alto sonhamos maior o tombo, e no caso dos Borders é ainda mais catastrófico, por idealizar demais, a queda depois, ao despertar para a realidade, costuma ser muito brusca. 

A incidência é maior em mulheres do que em homens, por serem mais emotivas, o que não quer dizer que não existam homens com esse transtorno. Assim como a sociopatia que é mais predominante em homens, em razão da racionalidade, o que faz com que os Borders se tornem presas fáceis para os Sociopatas, que usam e abusam da carência e fragilidade das pessoas em função dos seus interesses.

Por isso os Borders jamais devem ser confundidos com os Sociopatas! Enquanto eles sentem empatia e se preocupam com o mal que fazem àqueles que amam, mesmo sem saberem ou conseguirem agir de outra forma, o Sociopata jamais se preocupa com outra pessoa, a não ser ela mesma. Sem contar que, por possuírem consciência e capacidade de amar genuína, os Borders, depois de diagnosticados, podem se tratar, num processo de reconhecimento de seu vazio interno, e levar uma vida normal, inclusive amorosa. Ao contrário do Sociopata que, infelizmente, jamais aceitará seu diagnóstico.
 
 
 
 

    

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