Ditadura da beleza


Você costuma ter uma sensação de desconforto com a própria imagem? Quando se olha no espelho enxerga mais os defeitos do que as qualidades? Você é uma pessoa que está insatisfeita com o próprio corpo?
 
Se a resposta foi “sim”, fique tranquilo (a), pois você não está só! Infelizmente, hoje em dia é comum as pessoas se sentirem assim. Vivemos de acordo com um padrão social agressor que dita as regras da beleza física. Nesse padrão ditatorial, por exemplo, o homem precisa ser musculoso e a mulher precisa ser magra, como pregam as revistas de moda. Fugir a essa regra pode causar muito sofrimento. A pressão midiática faz com que a sociedade exclua a pessoa “diferente”, causando diversos transtornos. O psicológico é afetado de tal forma que, no melhor dos fatos, as pessoas se escondem e levam uma vida isolada e solitária, no pior deles, se submetem às cirurgias plásticas, ao uso de anabolizantes e, às vezes, vão a óbito tentando modificar seus corpos.
 
O problema não é querer se tornar uma pessoa saudável e mais bonita, o que é extremamente importante para a saúde física e mental. O problema é a comparação com o outro, a comparação com um padrão que na verdade não existe. Em termos percentuais, uma minoria acha que está perto do padrão da beleza ditada e, mesmo essa minoria, jamais conseguirá atingir o modelo criado pelo Photoshop, ou qualquer outro programa que cria imagens de pessoas perfeitas e irreais. Pois a realidade é que todos nós possuímos “defeitos” ditados por este padrão, simplesmente porque o modelo ideal não existe!
 
O objetivo desse culto à beleza é exatamente causar insatisfação para que as pessoas consumam cada vez mais produtos que irão resolver seus “problemas”.  Quando estamos insatisfeitos com nossa imagem, projetamos nossa satisfação no “ter”, no consumo exagerado. Já quando estamos satisfeitos, felizes e tranquilos exatamente da forma que somos, não consumimos de maneira exacerbada e sim controlada.
 
Portanto, livre-se dessa ditadura e crie suas próprias regras! Se desejar comer um chocolate, por exemplo, coma! Se for para se privar, que seja por controle médico, como nos casos de colesterol e glicose elevados, por exemplo. Não se prive de preciosos momentos e de pequenas delícias porque a mídia dita o que deve ser feito para que continue nessa prisão dos padrões estéticos em que vivemos. O equilíbrio é sempre o melhor caminho para sentir-se bem e saudável.
 
Sentir-se bela, ou belo, é essencial para a autoestima, mas se compare somente a você, jamais se compare à beleza dos outros. Cada pessoa é única, e possui sua forma única de ser.  E lembre-se que o corpo é perecível, a alma não. Se for para seguir padrões, que sejam os morais, que nos conduzem à verdadeira essência.
 
“Mulheres e homens precisavam ter a convicção de que não existe beleza perfeita. Toda beleza é imperfeitamente bela. Jamais deveria haver um padrão, pois toda beleza é exclusiva como um quadro de pintura, uma obra de arte.” Augusto Cury.
 

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