Viver apenas com a paz do verdadeiro amor é levar uma vida morna demais?


Será que viver apenas com a paz do verdadeiro amor, sem as fortes emoções da paixão, é levar uma vida morna demais? Se realmente for, pelo menos não há risco de se queimar.
 
 A paixão faz com que a alma se sinta mais viva. Os dias ficam mais coloridos, sorrisos surgem sem motivos, o coração fica sempre aquecido e parece que os problemas simplesmente desaparecem. É como um “vício” bom que, sabendo dosar, pode trazer inúmeros benefícios.
 
Já o amor se constrói no cultivo diário, o que é muito mais trabalhoso do que a conquista de uma paixão, nos colocando à prova, principalmente, nos momentos de dor. Revela-se na tristeza levando alegria, na doença em busca da recuperação da saúde, na “falta” de algo e não no preenchimento.
 
Ao contrário da paixão que se revela quando nós precisamos do outro, o nosso amor é revelado quando é o outro que precisa de nós. Por isso não existe amor onde não há doação.
 
Amor normalmente fica escondido por trás dos gestos de cuidados, perceptíveis apenas pela sensibilidade das almas que amam. Como uma massagem nos pés após um dia cansativo, uma "perturbação" que demonstra o quanto se importa, o cuidado para não ultrapassar limites, a grande preocupação em um simples "se cuida" ou "fica bem".
 
Nem toda paixão se transforma em amor.  O amor é um fluir que surge apenas onde não há enganações nem dissimulações. É a genuína vontade de se entregar. É passar por cima do próprio ego para ter coragem de se declarar, vivenciar e cultivar laços, o que é difícil eu um mundo onde as paixões passageiras predominam.
 
Paixão é a magia da natureza para que haja o "crescei e multiplicai-vos". Uma chama que incendeia a vida, mas com hora certa para apagar.

 
Já o amor, esse quando nos escolhe vem sem hora marcada, é uma chama serena que jamais se apaga.
 

 

 

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