Às vezes é complicado entender o equilíbrio entre doação ao próximo e amor-próprio. Ao assistir uma palestra sobre “Aprender a se amar sem egoísmo”, pude refletir um pouco melhor sobre o tema.
Não devemos confundir o amor-próprio com egoísmo. O egoísta é aquele que trabalha somente para si, para satisfazer os próprios desejos. Já as pessoas com amor-próprio trabalham o desenvolvimento moral para se tornarem melhores, para expenderem luz.
Quando descobrimos que precisamos nos amar, compreendemos que os sacrifícios que nos impomos são desnecessários e prejudiciais, pois são de natureza masoquista. Servir constantemente a quem nada nos acrescenta, onde não há reciprocidade, pode nos levar a sérias doenças.
Apesar
de tanto sofrimento que vemos e passamos, não estamos nessa vida para sofrer e
sim para triunfar. Estamos nesse mundo para vivermos em plenitude. Para
vivermos as profundas emoções do amor. Para vivermos a alegria que promove a
nossa saúde.
Devemos
ter consciência que ainda não é possível amarmos a todos igualmente. Não
conseguimos amar quem nos perturba da mesma forma que amamos quem nos ajuda. As
pessoas simpáticas e solidárias nos estimulam, enquanto que as pessoas
antipáticas nos colocam para baixo. Cabe a nós mesmos, de acordo com o nível de
amor-próprio, escolhermos o tipo de pessoas que desejamos ter por perto.
É
preciso enfrentar o desafio de nos penetrarmos profundamente no interior do
nosso ser. E apenas nos conhecendo a compreendendo que somos seres imperfeitos,
com todo direito de errar, também damos esse direito ao próximo, sem mais
idealizar ninguém.
Ao desenvolvermos o amor-próprio, encontramos o equilíbrio entre o narcisismo egoísta e a baixa estima. O equilíbrio entre “não vou me relacionar profundamente porque ninguém é bom o suficiente” e “não vou me relacionar profundamente porque eu não sou bom o suficiente”.Que possamos nos doar ao próximo na medida em que não fira nosso amor-próprio, sem medo de amar e de errar. A vida então fluirá de forma muito mais leve e saudável.
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