“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.”


“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.” Sigmund Freud

Confesso que as reflexões sobre a vida, sobre o mundo interior e exterior, sobre a origem do mal, etc., é o que me move. Que a sede por conhecimento, principalmente relacionado ao comportamento humano, me faz querer estudar sempre mais. Quem somos nós? De onde viemos e para onde vamos? O que é a voz do pensamento em nossa mente? Qual o motivo da natureza ser tão perversa e, ao mesmo tempo, tão bela? Qual motivo de sermos tão perversos quando inconscientes (sem capacidade de amar), perdidos no próprio ego?
Essas são algumas das questões filosóficas ainda enigmáticas que “tiram o sono” dos grandes pesquisadores e dos simples questionadores como eu. Porém, de acordo com o conselho de Freud acima, não permito mais que questões filosóficas me tirem a alegria das coisas simples da vida. Pois são nas coisas simples da vida que estão as grandes respostas. Essas “coisas” são as que sentimos, e não as que pensamos.
Dizem que somos o que pensamos, mas o que pensamos não é quem somos. Somos muito além de todos os pensamentos e emoções que “brotam” na nossa mente constantemente.  Se pudéssemos nos definir, talvez poderíamos dizer que somos o que profundamente sentimos em nossa essência quando em contato apenas com o “eu” interior, através dos processos de meditação, por exemplo. Mas nem assim podemos nos definir, pois o processo de autoconhecimento é constante, jamais cessa, a não ser quando ficamos um tempo preso ao nosso ego que pensa que tudo sabe.
Portanto o estado do “não saber” faz parte da nossa vida e do nosso estado natural. Não saber o motivo do nosso ego causar tanto mal a nós mesmos e aos outros, assim como o ego dos outros nos causar tanto mal, é normal. Faz parte. Precisamos apenas estar conscientes disso para conseguirmos fazer o fluxo ruim parar em nós. Em outras palavras, precisamos apenas estar conscientes para quando o mal chegar, deixarmos para lá.
Então, quando algo ruim acontecer, ao invés de ficarmos lamentando e questionando o motivo de ter acontecido, ao invés de alimentarmos sofrimentos, que possamos pensar nas resoluções, sem gastar nossas emoções com pensamentos negativos e atos destrutivos. Que possamos encontrar juntos respostas tomando uma boa xícara de café ou uma taça de vinho, ou apenas dando risadas de nós mesmos por levarmos a vida tão à sério. Que possamos viver mais em estado de presença para nós e para os outros. Sem focar muito no passado nem no futuro, e sim no agora, que é o único instante que realmente existe. Chega de perder tempo com nossas próprias exigências. Vamos nos permitir viver a simplicidade da nossa essência, vamos nos permitir sentir, vamos nos permitir sorrir!




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